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16-07-2008

Está em causa não termos regras claras


Editorial - Brandos costumes?

A violência que explodiu num bairro da periferia de Lisboa chocou os portugueses, que não esperariam ver estas cenas da vida real durante a hora do jantar, tipo filme de gangters a passar nas suas televisões. Este "reality show" não foi encenado, mas provocado por sermos mestres a varrer o lixo para debaixo do tapete.

O Bairro da Quinta da Fonte (mas poderia ser outro qualquer), onde vivem 2.500 pessoas de várias etnias, foi construído para acolher os desalojados pela construção dos acessos viários à EXPO 98. Para a efémera glória de alguns e talvez para o lucro de outros, não se resolveu o problema, apenas se deslocalizou.

Para limpar a zona de barracas e termos mais e melhores estradas, construíram-se umas casas melhores e depois despejaram-se lá pessoas, sem cuidar de como os novos habitantes se iriam comportar, sem cuidar dos laços familiares e afectivos, da sua segurança, etc. A integração não se faz ignorando os problemas e colocando dinheiro sobre eles. Já vimos o que a França dos "Biddonvilles" sofreu no ano passado. A desintegração na nossa sociedade dos novos portugueses originários de outras culturas é evidente e não vale a pena dizerem-nos que isto se trata de rixas de vizinhos ou episódios de ocorrência rara e limitada.

O segundo problema é social. Ouvi nos noticiários que 90% da população tem o Rendimento Social Garantido ou o fundo de desemprego. A política de tudo oferecer dá votos e é bonita mas a médio prazo tem estas consequências. Claro que é melhor não trabalhar se até nos dão casa e dinheiro para o bolso.

Obviamente e sem medo das palavras, não estão em causa os ciganos, os pretos, os indianos, os brancos, os ? qualquer coisa.

Está em causa a incapacidade de integramos os novos portugueses que precisámos para construir todo o betão das obras públicas (sim, essas mesmas, as que nos endividaram).

Está em causa não termos regras claras para os que vêm saberem como podem cá ficar.

Acho que no final da semana passada tomámos consciência que deixamos de ser um país de brandos costumes.

António Granjeia*
Director


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